Mito 3% a 5%
James Boland, da Universidade de Colúmbia, escreveu um artigo falando que é um mito pensar que a superdotação se restringe a 3% a 5% da população e que é apenas presente em pessoas que apresentam um alto QI.
Em 1982, Renzulli escreveu um artigo endossando implicitamente esta crença de que AH/SD é igual a alto QI, mas ele mesmo passou a refutar esta ideia ao longo dos anos. Tanto que, ao considerar outros aspectos, que não somente o QI, ele amplia este aspecto para 15% a 20% da população.
Em seu argumento, ele afirma que altos níveis de produtividade criativa podem ser alcançados por estudantes abaixo dos 5% mais favorecidos se usarmos um processo de identificação mais flexível.
Vale ressaltar que esta crença dos 3% a 5% ganhou força com a publicação do relatório de Marland em 1972, influenciando profundamente a definição de superdotação.
É preciso salientar que, neste relatório foi utilizada a palavra “mínimo”, ou seja, no mínimo 3% a 5% da população possui AH/SD.
Essa definição reportada no relatório teve como objetivo mostrar aos educadores que este não se trata de um fenômeno tão raro como se acreditava.
Na época em que este relatório foi publicado mais da metade dos superintendentes escolares dos EUA acreditava que não havia alunos superdotados em seus distritos.
A ideia de definir que, no mínimo 3% a 5% das pessoas possuem AH/SD foi para quebrar o mito de que apenas as pessoas que estão dois desvios padrões acima da média podem ter essa condição.
As pessoas tendem a ressaltar o QI alto como uma condição, como se o QI fosse um apêndice ou órgão interno que todos os seres humanos possuem.
Se continuarmos pensando deste modo, estaremos tirando a oportunidade de pessoas que possuem um QI abaixo de 130 de desenvolver plenamente seus potenciais por não serem elegíveis para Programas Especiais.
Vamos refletir sobre isso e ampliar nosso olhar sobre a identificação dessas pessoas.