O trabalho com arte,o fazer psicológico e o compromisso social

Christina Cupertino
2007


Contamos nesse trabalho o caminho percorrido por uma equipe de psicólogos dentro de um projeto social para crianças e adolescentes na periferia de São Paulo, na direção de encontrar espaço para um atendimento psicológico facilitador de encontros que desse conta das demandas de todos os envolvidos. Relatamos como as especificidades do lugar de atendimento, voltado para o ensino da arte, principalmente a música, somadas às características da modalidade de atendimento – as oficinas de criatividade, permitiram negociações e o livre trânsito dos participantes, em deslocamentos facilitadores da aceitação da diversidade. Após uma série de tentativas frustradas de oferecer, de forma estruturada, atividades de música corporal que considerávamos pertinentes ao desenvolvimento de um grupo de adolescentes, discutimos como a ruptura das expectativas e a abertura a trocas significativas permitiram o estabelecimento, finalmente, em um lugar inesperado, do espaço para um fazer psicológico, fluido e transitório, voltado ao movimento da vida. Essa apresentação se oferece como alternativa para pensarmos não só sobre como atender a população fora dos modelos cristalizados da psicologia tradicional, mas como criar ações educativas que permitam aos psicólogos em formação a apropriação de recursos para uma atuação comprometida com as necessidades da população.


CUPERTINO, C.M.B. 
O Cultivo da imaginação e a atenção à diversidade
Anais do 7º Simpósio Nacional de Práticas Psicológicas em Instituições, 2007.

Denise Arantes